segunda-feira, fevereiro 16

Onde tu estás?

Eu preciso ouvir a tua resposta. Eu preciso que tu grites o tão alto quanto puderes pra romper a surdez que esse mundo me causa. Me joga uma corda, por favor. Eu vou me agarrar com todas as forças e fechar os olhos até que tu me puxes pra perto de ti. A saudade que eu tenho de ti é infinita, é atemporal. A vontade que eu tenho de que vires os olhos pra mim é maior do que tudo, pois está contida aqui, onde eu te encontrei, onde absolutamente não há o espaço. Onde eu te encontrei? onde tu estavas quando eu te encontrei? O que nos separou? Onde está essa lembrança que eu tenho de ti? Onde tu estás?
Eu quero denovo o doce mel da vida que verte da fenda do teu coração. Fenda essa causada por mim, por nós. Foi minha a causa da nossa separação. Sim foi minha. A culpa é minha. Por isos é minha agora a vontade de reconhecer. Eu preciso que me olhes. Você não está me ouvindo? Eu preciso que me olhes. Eu me entrego. Me sonda. Eu quero te revelar cada esconderijo que eu criei na tua ausência. Eu quero que tu me reconheças.

O espaço é nada quando estás comigo. Mas quando tu me esqueçes eu fico abandonado num imenso vazio. Eu não quero me perder nas visões do mundo. Eu não quero ouvir essa mentira, não quero assistir essa representação. Eu quero estar contigo dentro da tua verdade. Eu abandono tudo o que não seja tu. Tu me basta por que tu acaba comigo, me faz ser tu. A tua mão na minha é a segurança que eu preciso. Os teus olhos nos meus me abrigam de todas as vaidades. Olha pra mim. Desvia os meus olhos desse mundo. Eu não quero mais nada, mais ninguém. Eu quero que tu me encontres.

Se tu me disseres que as estações nunca se repetem, que o caminho no qual eu te encontro hoje não é o mesmo, e que o encanto que exalava outrora hoje tem uma cor diferente, e que o coração que palpitou em mim já não encontra abrigo em palavras, mas precisa de um calor diferente; se me disseres isso eu te vomito e te cuspo silenciosamente, por que nunca te conheci. Te expulso do meu lado por que és um impostor, me olhaste através de uma máscara. Me deste de beber água podre, envenenada. Faço uma marca na tua testa pra nunca mais me aproximar de ti e te reconhecer de longe. Te enforco dentro de mim e jogo o corpo no abismo que separa meu mundo do teu. Se fores assim meu coração pra ti é de ferro, meu sorriso e minha face serão os de uma estátua com olhos de vidro, vazios e frios como a mão que recusastes estender-me.

Mas se tu és a fonte imutável das lágrimas que me visitam, que esteve sempre aqui, então eu me ofereço a ti, pois sou teu. Abro meu coração a ti, pois por ti o cultivo. Te dou todo o meu amor, não menos que todo, por que ele é teu. A tua existência o criou. A tua presença o fez surgir.

2 comentários:

  1. tão difícil entender exatamente um texto lido no computador... por mais bem escrito e claro que ele esteja, ainda assim fica um pouco confuso. confuso talvez não seja a palavra, mas o leitor entende de outra maneira o que o escritor quis dizer...

    e te pergunto... "até tentei encontrar a parte que de mim se fez em ti ali, mas nada... será?"

    um beijo.

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  2. Pois é... essa coisa que a gente tem de ver a si mesmo em tudo é difícil de fugir quando observamos o outro... a imagem moldada nunca é como o que a formou, e o que a formou é para o que a moldou assim como a própria imagem é para o que a observou... mas não tenho certeza pois nunca fui o outro. O que quero é encontrar a substância no outro que é igual a minha.

    Será? Isso só vai depender da substância que em ti habita...

    outro

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