domingo, março 14

Tesouro.

Eu vou me adentrar no castelo imaginário que em mim esconde os tesouros invisíveis da tua lembrança como o homem que abandona sua casa e seus pertences para nunca mais olhar pra trás. E para cada objeto que eu encontrar, vou fazer um desenho num pedaço de papel e jogar por uma janela, amarrado com uma fitinha verde. Verde oliva.

sexta-feira, março 5

Ai de mim.

A densidade do piche que impregna os tecidos negros coroados pela noite infinita do sepulcro etéreo, infestado de sevandijas aliciadoras fantasiadas de noivas fúnebres, engole os meus pés descalsos no movimento horrendo desse pântano que rodeia os primeiros portões do castelo interior que guarda o mesmo signo do princípio que brilha na síntese do coração, onde tu queres que eu veja a alvura da tua face, da qual eu insisto em desviar os olhos, para me perder nas cantigas mórbidas de morcegos que destilam em mim o veneno ilícito da escuridão dos sentidos, me inebriando e dispersando no galopar de asas sulfúreas que me embalam nesse berço voluptuoso inundado pelo mar da lava escaldante do furor. Ai de mim. Um anjo de morte se aproxima.

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