quinta-feira, setembro 24

O buraco que abre para o que é desse mundo.

O meu pesar inflama e, ao tentar se despedir, desabrocha em carne e sangue. O teu triunfo regozija os vermes da minha escuridão, e a tua fome desperta a correnteza densa do meu amargor. Por que ouso te olhar, cumpro minha sentença. A sujeira que germina em mim é o teu fruto e a tua delícia. Mas no fundo da imensidão que cerca o vazio da tua presença, me ergo contra ti. Sou erguido contra ti. Não por vontade própria, mas pela vontade que me faz querer te derrubar; que me faz, apesar da tua insistência, reparar nos detalhes dos atos que se toma sem se querer. E querendo assim, não por meu querer, mas pelo querer de quem me torna escravo, posso assim escolher.
Serei então fiel à estrela que me gerou, e resistirei até o fim, porque os teus olhos continuam sobre mim, apesar da minha mudança de cor. Mesmo que a terra me engula e me faça sentir o peso que é existir sem o céu, não soltarei o barbante que me guia àonde tu estás.

segunda-feira, setembro 21

Eiffel, tinha uns do lado, bem rápido, e nós com medo.

Agora eu vou gritar; e quero que você me escute, cuidadosamente. Ali tem uma faca, e aqui tem um coração. Coração na faca, faca no coração, não aguento mais. Não aguento mais. Devagar, vamos repetir soletrando: A-té quan-do? Isso... um sorrisinho cínico, joão-bobo, joão-bobo. Larériró, eu sei que tu tem rabo e perna de cabrito. E toca aicila euq atualf asse. Eu não, ah, não, quero mais. Não quero mais ouvir essa melodia na minha cabeça. Aqui, aqui é o selo, o grande selo. Eu te exconjuro! Sinos, sinos, sinos, sinos, sinos. Bem devagar, não, bem rápido, sim, sim, não, não! Agora! Sem pensar.
Verde... foi um verde que passou assim, um fio. Um barbante de vapor, quase invisível. Um veneno. Toma forma, mil formas... que dançam. Amanhã no mesmo horário, é o silêncio. E o movimento do silêncio, e a luta, sem que eu participe. Mas como eles estão ocupados, eu posso ver. Vislumbrar.
Então, como sempre, uma nova fase. Vida nova, dias novos, sonhos diferentes... É isso que a gente quer, né? É isso que a gente quer?

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