sexta-feira, fevereiro 26

Gosto.

A impressão que desperta o meu coração para te perceber perto de mim é como uma temperatura esquisita que se manifesta intuitivamente, não por meio dos sentidos, mas por um senso incompreensível no qual a memória atinge tanto o tempo que foi como o que ainda virá, derramando em mim essa tonalidade que abrange todas as cores que não são cores , sons que não são sons, tingindo com esse gosto o mundo que não é mundo, e que está acima de tudo que pode ser visto com os olhos ou escutado com os ouvidos.

segunda-feira, fevereiro 8

Febre.

Quando sinto o sabor intuitivo da tua presença, o clima que molda a minha vida floresce e exala um cheiro multicor sobrenatural que desenha a forma do teu rosto no abstrato infinito que eu tenho acesso com na parte de mim que fica fora desse mundo. Ali eu quero te encontrar, por que ali não há o tempo; ali não há nada que tenha fim. E a parte de mim que ainda é do mundo geme e range os dentes por se aproximar de ti; tem febre. Mas aqui eu não posso te ter; não posso me aninhar em ti. Então, fixo meus olhos onde eles não podem alcançar, por que é ali que eu quero estar contigo, não aqui; mas ali.

sábado, fevereiro 6

Abandono.

Eu não quero, por isso eu espero. Não quero meu próprio querer, eu quero que você queira. Eu nunca passei por isso, e não sei o que esperar, mas meu coração insiste em se afastar e a se aproximar de ti. Eu tento me rasgar do tempo presente, mas o meu peso me segura. Eu suspiro por chegar nos lugares mais distantes, e me aproximar, mas meu apego a esse mesmo desejo me afunda e não me deixa soltar. Quero aprender a não querer o que quero, pra assim tudo ter sem nada querer. E assim deixar tudo.

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