segunda-feira, março 9

Hoje

O tempo em mim é apenas espera. Só a tua mão pode me levantar acima dessa desavença entre o que passou e o que virá, sendo que ambos, não importando a distância do ponto em que se encontram em mim, estão no mesmo lugar: a não existência.
Quando eu não participo do teu hoje, não encontro em mim esse ponto que emerge à superfície do imenso vazio que são os dias e as noites.
Antes que eu te conhecesse tu me notaste, e te fizeste notar por mim; e desde então eu te amo. E vi que o que eu antes amava, quando a tua presença ainda estava submersa em passado e futuro num emaranhado de anos, era a ânsia de que chegasse o momento em que eu te descobriria.
E no enleio daquela escuridão o teu olhar me desvelou a luz do eterno hoje. Do teu hoje, que é o anelo do coração que aqui pulsa no nada dos séculos.

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