segunda-feira, setembro 27

Não mais.

Como é pesado e vultoso o fardo que movimenta as horas; e como é débil e volúvel o meu pesar, que range os dentes amedrontado frente a tamanho assombro. Já se foram muitas voltas marcadas pelo ponteiro dos dias desde que me entregaste a última palavra.
Mas quão ditosa é a mão que afaga a minha ferida, e que com a venda do tempo cicatriza a chaga dos fatos. Até que ponto terá a dor combustiva cessado de me sufocar? Assim como quando a treva me cerca, anseio pela luz, agora que vislumbro um lume, aguardo o volver da sombras.
Como é dura a prova da vicissitude que me ata ao outro.
Renuncio o trono satírico ao qual me prendem as cadeias do sensível; corto agora o laço que movimenta os membros invisíveis do coração, tal qual o marionete que cria vida e se desfaz das cordas que lhe imprimem a figura burlesca de seu personagem. Não mais.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seguidores